quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Mobilização geral pelo clima, com Marina Silva


A primeira participação de Silva, na campanha Brasil no Clima, será no próximo dia 27, numa marcha pela orla marítima carioca.

O movimento Brasil no Clima vai se mobilizar no final de Setembro, com vistas à Conferência da ONU para mudanças climáticas, que acontecerá entre os dias 7 a 18 de Dezembro, em Copenhagen. O papel do Brasil é crucial nessa conferência que, até o momento, não dá margem a muito otimismo.
A caminhada acontecerá do final do Leblon ao Leme, partir das 11 hs. Além da nova Verde, Marina Silva, estarão presentes os deputados Fernando Gabeira e Zequinha Sarney; e os vereadores Alfredo Sirkis, Aspásia Camargo e Paulo Messina.
Na quinta anterior, 24, a partir das 19 hs, um show no Circo Voador abrirá a semana de alerta às mudanças climáticas. A bateria da Escola de Samba Grande Rio, abrirá o show, seguido da participação das bandas Moinho e Tono, do filho do Gilberto Gil. Após, a noite ficará a cargo do DJ Marcelinho da Lua.
Na entrada, diversas ONGs, como a Fundação OndAzul, estarão expondo seus projetos de sustentabilidade, como energia renovável, alimentação natural, construção com bambu, reciclagem de lixo etc. Camisetas do Brasil no Clima estarão à venda no local e, o ingresso custa R$ 30, inteira e R$ 15, meia entrada.
No domingo, 4 de Outubro, haverá uma marcha no Méier, descendo a Rua Dias da Cruz., com concentração às 9 no início da rua.

O BRASIL PARA O BRASIL

Cada relatório científico, sobre o aquecimento do planeta é mais preocupante do que o anterior. Sistematicamente, confirmam-se os cenários piores dentre os elaborados pelos cientistas do IPCC (Intergovernamental Panel on Climate Change) da ONU.
Atualmente, a maior preocupação está no derretimento, muito mais rápido do que o previsto, do pólo Ártico e das geleiras do Himalaia e dos Andes. Essas geleiras são responsáveis pelo abastecimento de água de mais de bilhões de pessoas! O derretimento do Ártico não só influencia o nível dos oceanos, como acarreta a liberação na atmosfera de enormes quantidades de metano armazenadas no gelo.
O Brasil joga um papel fundamental, pois, dentro de toda dificuldade, tem mais facilidades relativa em conter suas emissões que ainda provêm, majoritariamente, das queimadas na Amazônia. No entanto, já se faz sentir a influência das absurdas termoelétricas a carvão e da ampliação do transporte rodoviário, em geral. O novo inventário brasileiro de Gases de Efeito Estufa (GEE) vai mostrar um forte incremento das fontes de emissão não-florestais.
Para tanto, o Brasil precisa ter uma proposta audaciosa e assumir compromissos claros em relação a suas próprias emissões.

PROPOSTAS DO MOVIMENTO BRASIL NO CLIMA:

I - Desmatamento zero: uma moratória do desmatamento na floresta amazônica, uma vez que o próprio Ministério da Agricultura admite que já há espaço de sobra para pecuária e para a agricultura em terras já desmatadas previamente e, que a fronteira agrícola pode se estabilizar. Isso depende de fiscalização, repressão aos desmatadores, mas, também, de subsídios aos pequenos produtores para manter a floresta em pé e pode ser financiado, em boa parte, por créditos de carbono.
II - Carvão zero: uma moratória na construção de novas termoelétricas a carvão. A adoção de regras na neutralização do carbono das siderúrgicas e de outras indústrias. Elas deverão; não só neutralizar suas emissões de carbono, financiando projetos de compensação, por absorção ou redução de carbono noutras atividades; como ter uma meta adicional idêntica àquela meta de redução que seja nacionalmente prevista para o setor industrial e de transportes.

RESPONSABILIDADE GERAL PLANETÁRIA BASEADA NO DOIS SEGUINTES CRITÉRIOS:

1 - Poluidor pagador: os países industrializados (Europa, Japão, EUA) devem contribuir com o esforço internacional de financiamento da reconversão mundial para o baixo carbono na proporção de suas responsabilidades históricas no acúmulo de GEEs na atmosfera, ou seja, 70%.
2 - Metas para todos: todos os países -- inclusive os grandes emergentes, China, Índia e Brasil -- devem ter metas claras, obrigatórias e internacionalmente verificáveis, de redução de GEEs na proporção de suas emissões.
Estamos tremendamente longe de tudo isso, apesar de ser, apenas, o mínimo necessário! A Conferência de Copenhagen parece caminhar em direção a um regateio sem sentido de urgência do tipo "rodada comercial" da OMC.
O governo brasileiro parece confuso e dividido com sinalizações contraditórias, inclusive do próprio presidente Lula, que ora despreza ora reconhece a importância do tema. Só os povos mobilizados, as opiniões públicas dos muitos países que formam a opinião pública planetária, poderão fazer a diferença e salvar o processo de Copenhagen. Para tanto, deveremos todos nos mobilizar na redes sociais, na internet, mas, sobretudo, nas ruas. E, o Rio de Janeiro começa fazendo sua parte no domingo, dia 27.

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